Sede IAB/DF + CAU/BR
Em nossa Brasília, um edifício sede para uma instituição é mais que um espaço de representação e trabalho. Através da Arquitetura e de sua inserção urbana torna-se um símbolo, exprime sua significação. Adentra-se ao conjunto CAU/IAB vislumbrando, quase sem obstáculos, o marcante horizonte de Brasília. O CAU/BR é como uma espécie de “Alta Corte” onde questões éticas do presente e as utopias futuras serão orientadas por Conselheiros e Comissões ali assessorados e congregados nesse mister. Um eventual forasteiro será fatalmente atraído para o pátio logo abaixo, indo ao encontro do Centro de Documentação, seus Institutos e da Biblioteca a nós legada pelo inspirador e velho timoneiro Miguel Pereira. É nesse espaço que o CAU exibe-se como que personificado, vivo e concreto por seus atos, campanhas e feitos. O pátio alarga-se em praça ladeada por “fachadas” que nos trazem a lembrança dos “brises” de Reidy, de Lelé, de Niemeyer, e no seu ponto focal encimada pelo portal de acesso ao IAB. O IAB - que sempre é preciso recordar - é a nossa história, a nossa cultura! Quiçá possa atrair para suas áreas remanescentes outras representações de nossas entidades nacionais, ou mesmo abrigar alguma necessária expansão do “jovem” CAU, para juntos realizar a construção da Ágora dos Arquitetos. Para que nela reverbere em alto som nossa oposição aos “conluios integrados” e ao mundo que se construiria sem ideias, projetos ou desígnios. Praça do encontro e da exposição dos arquitetos, das festas de abrigo aos jovens arquitetos, dos simpósios de aperfeiçoamento e das assembleias por cidades melhores, mais belas e principalmente justas. Os desenhos apresentados exibem com a precisão suficiente o que foi pensado em termos de técnicas construtivas e dos sistemas adotados. Pouca audácia, nenhum arroubo, simples, como a Arquitetura Brasileira foi capaz de sempre inovar e mesmo assim de surpreender e pasmar a todos. Atento aos postulados do Desenho Universal e das condições plenas de acessibilidade. Compreendendo o caráter referencial do edifício no contexto nacional, entende-se a sua importância como exemplo de eco eficiência e sustentabilidade. Diversos sistemas garantem a aplicação destes conceitos no edifício. Entre eles podemos destacar: a captação de águas pluviais, o tratamento e reaproveitamento das águas, a proteção e sombreamento das fachadas, a evaporação de água para umidificar e reduzir a temperatura do ar. Os materiais (e o melhor exemplo são as placas de aço corten utilizadas nas fachadas) e as técnicas preconizadas conformam o edifício dentro dos pressupostos da construção industrializada por componentes, reduzindo o desperdício e garantindo agilidade na construção. Os vazios, os espelhos d'água, foram desenhados de maneira a refrescar e umidificar o ar, melhorando o microclima do edifício assim reduzindo a necessidade do consumo de energia nos sistemas de condicionamento artificial de ar. A presença de vegetação amplia o bem estar dos usuários da edificação, seja pela visualização do movimento das águas, ou do sombreamento proporcionado pelas árvores. Não será mais uma das Casas Grandes, mas com certeza nela não haverá mais de ter qualquer tipo de abjeta senzala.
Ficha Técnica
ProjetoConcurso Público de Arquitetura da Sede IAB/DF + CAU/BRLocalBrasília, DFAno2016ÁreaIAB - 3.927,75 m² | CAU - 4.459,75 m²StatusNão construídoArquiteturaChristiane Costa Ferreira, Dhiego Torrano, Edgar Gonçalves Dente e José Maria de Macedo FilhoColaboradoresRicardson Ricardo e Ton da Costa